terça-feira, 3 de abril de 2012

SOU EU BARRABÁS?



A época de Páscoa é mais um momento dentro do cristianismo para meditarmos sobre a oportunidade de salvação que Deus coloca diante de cada ser humano. A palavra páscoa significa literalmente “passagem”, em alusão a saída do povo de Israel do Egito. Essa história está narrada na Bíblia no livro do Êxodo. Deus já havia enviado nove pragas para que Faraó libertasse o povo do Egito. Mas, Faraó sempre se negava. Agora estava por vir a décima praga, a pior de todas, pois morreria o primogênito de cada casa que não tinha o sangue do cordeiro posto sobre os umbrais das portas. Aqueles que obedeceram a Deus e colocaram sangue do cordeiro sobre suas portas, não tiveram o prejuízo de perder o filho mais velho. Quem não obedeceu apenas teve de lamentar e chorar a perda. É por isso que a palavra “páscoa” (do hebraico, pessach) significa “passagem”; “passar por cima”.(“o Senhor passou por cima das casas dos filhos de Israel”: Êxodo 12.27). 
         Tudo isto que aconteceu no Egito por volta de 3400 anos atrás tem um significado que corresponde ao que aconteceu com Jesus Cristo, o Deus-homem, lá naquela cruz. Assim como um cordeiro foi morto e seu sangue passado na porta das casas no dia da Páscoa (passagem) para a preservação da morte e libertação da escravidão do Egito; Cristo foi morto para a libertação e perdão dos nossos pecados (Mateus 1.21; 1Coríntios 5.7; etc.). E a Bíblia diz que “sem derramamento de sangue não há remissão, perdão” (Hebreus 9.22).
         Mas por quê, precisamos de Perdão? Porque todos os seres humanos nascem escravos do pecado. Jesus disse que “quem comete pecado é escravo do pecado” (João 8. 34). A Bíblia que “todos pecaram e precisam da glória de Deus” (Romanos 3.23). A primeira coisa que a Páscoa nos lembra é que somos e estamos escravizados aos nossos pecados, que são suficientes para nos levar à condenação eterna. E é fato que nossos pecados são a causa de toda desordem, depressão, suicídios, assassinatos; violência, roubo, vício, etc, que temos visto.
Agora, porque Jesus, sendo puro e inocente morre de uma maneira tão vergonhosa, terrível, cruel, com requintes de perversidade. Porque Jesus sofre uma morte tão injusta? Porque não cabe na cabeça de ninguém que um homem com as qualidades de Jesus fosse morto numa cruz. E, porque ele morreu na cruz? Pra saber por que é que ele morreu você tem que se perguntar: quem foi beneficiado por sua morte?
Então, eu quero fazer aqui um paralelo com Barrabás, o principal beneficiado.
O principal malfeitor naqueles dias se chamava Barrabás. Marginal, assassino, ladrão. E, a partir dos crimes cometidos, foi preso, julgado, condenado. A cruz era pra ele. Ele era réu confesso, criminoso assumido. Todas as provas o condenavam.
Barrabás, nesse sentido, é um símbolo. Um símbolo de quem? Daqueles cujo qual Jesus morre no lugar. Barrabás já estava condenado. Não cabia mais recurso. A sentença já estava lavrada. Mas, quando entra Jesus Cristo na história da sua vida, ele é absolvido.
A história de Barrabás é um símbolo da nossa história, porque, apesar de você e eu talvez não sermos tão maus quanto foi Barrabás, nem praticarmos os pecados que ele praticou, diante de Deus, o menor delito que cometemos é tão grave quanto o maior crime que uma pessoa comete na justiça dos homens. Diante de Deus, o pecado nos faz réus. Não há “bons” diante dos olhos de Deus. E por isso, o pecado nos faz réus do fogo do inferno. A sentença está lavrada. A bíblia diz: “a alma que pecar, essa morrerá” (Ezequiel 18.20). A sentença já foi lavrada, assim como a sentença de Barrabás. Mas, olha só: ainda que você esteja condenado, a morte de Jesus naquela cruz começa a fazer sentido, porque ele morreu no teu lugar. A sentença está pronta, mas o sangue de Jesus te purifica de todo o pecado (1 João 1.7). Através da morte de Jesus, você e eu podemos escapar. Através do sangue do cordeiro aplicado na minha e na tua vida, o juízo de Deus vai “passar por cima” (páscoa) de nossas almas. Como Barrabás condenado foi perdoado, assim nós também, condenados, em Cristo, que nos substituiu, somos perdoados. Jesus vai morrer no meu e no teu lugar, simbolizando aquele cordeiro que foi morto pra dar libertação aos israelitas, lá no antigo testamento.
Outra coisa que me chama a atenção na trajetória da morte de Jesus é que ele não carrega a cruz. Porque Jesus não carrega a cruz? Claro, ele está fraco e cansado de tanto apanhar. Mas, o fato de ele não carregar a cruz é mais um símbolo fantástico dessa fascinante história de páscoa. Jesus não carrega a cruz porque a cruz não lhe pertencia. A cruz pertence a mim e a você. A cruz pertence aos pecadores. Jesus não tinha mesmo que carregar aquela cruz.
Por isso, para nos ali representar mais uma vez, surge um homem chamado Simão, da cidade de Sirene, no norte da África. Esse homem que nos representa morava praticamente a mil de duzentos quilômetros de Jerusalém. Ele estava em Jerusalém por ocasião das festividades da páscoa. Ele não era criminoso como Barrabás. Era um homem trabalhador que só estava gozando daquela sexta feira de feriado (por ser páscoa). Mas aí vieram os soldados e o obrigaram a carregar aquela cruz. Ele, contrariado, vai carregar a cruz, pra mostrar que, mesmo uma pessoa boa diante da nossa maneira de enxergar o bem e o mal, estava destinada à cruz. Quando Simão chegou ao Gólgota sentiu um grande alívio. Ele só carregou a cruz. Quem vai nela morrer é Jesus.
É isso que acontece com qualquer ser humano. Você pode ser bom e justo aos olhos da sociedade, mas a cruz também te pertence. Você carrega até o Gólgota (monte caveira – lugar de morte), mas, na hora de morrer, aparece Jesus dizendo: não temas, porque se você crer em mim, você não precisa morrer nessa maldita cruz. Jesus morre pra que você não morra eternamente. Jesus morre pra você viver. Ele é o nosso substituto para que a ira de Deus passasse por cima de nós. Quem não estiver com a marca do sangue de Cristo sobre si, não escapará no Juízo Final; quando todos nós teremos que prestar contas diante de Deus, de tudo que somos e fizemos. E neste dia não terá “jeitinho brasileiro” ou outro qualquer, porque Deus é reto Juiz.
Páscoa significa isso: a possibilidade que cada um de nós tem, diante de um possível e trágico fim eterno, nos voltarmos para o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo e nos justifica diante do Pai. Ele mesmo afirma: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14.6). A notícia mais feliz dessa nossa meditação sobre a Páscoa é que, Jesus Cristo está ainda oferecendo esta salvação a todos. Como obtê-la? O apóstolo Paulo dá-nos a dica da única resposta que fará diferença positiva para toda a eternidade: “crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo”.
Que Deus te abençoe

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